30 de junho - Xamego dos Anjos

Dois dos integrantes do grupo Xamego dos Anjos, Dr. Edison Pereira e Luis Ernani Setim, estiveram, ao vivo, conversando no nosso programa, sobre a trajetória do grupo que tem uns 47 anos, se contarmos desde que começaram como Anjos do Samba, no estilo Demônios da Garoa.

O tempo passou e Edison Pereira criou outro grupo chamado Xamego, também de samba integrados por Rui Fernando Pereira (bateria), Francisco Helpa (surdo), Gilberto Helpa (tamborim), Valter José Zonato (pandeiro), Darci Calizario (Violão/Guitarra), Wanderley Augusto Zonatto (caxeta), Roberto Ferreira Alves (voz). Fizeram tanto sucesso que chegaram a ter um espaço próprio, a Toka. Mais um tempo passou e dois dos integrantes, um de cada grupo, não puderam mais continuar e foi assim que decidiram fundir os dois grupos, criando então o Xamego dos Anjos, com a soma no grupo Xamego de Luiz Ernani Setim (vóz e afoxé), Gerson Francisco Chiuratto (vóz e violão 7 cordas) e Paulo Roberto Happner (voz e pandeiro).

Entre as lembranças contadas, falaram sobre o avô de ambos (são primos), Nhô Zaca, Zacaria Alves Pereira, um artista completo: músico, pintor, escultor, político, enfim, uma figura que revolucionou a vida sãojoseense no início do século XX.

A maioria dos integrantes do grupo são profissionais da área do judiciário (desembargador, juiz, oficial de justiça) e dois deles são aeroviários. Todos, amantes da música, ensaiam religiosamente todas as semanas, tendo ou não apresentação. Nesses longos anos, já foram convidados a tocarem na televisão, shows, em várias cidades do Paraná e Santa Catarina.

Como voluntários, apoiam ações beneficentes, cumprindo assim a responsabilidade social do grupo. E também aceitam outros convites. Contatos com Edison - (41) 9976-9935 e Luiz Ernani (41) 9667-9167.

23.06.2010 - Homenagem aos 102 anos da Imigração Japonesa

Nossas convidadas especiais foram a jornalista Marilia Kubota (à esquerda) www.jornalmemai.com.br e a empresária Lisete Tsuzaki (à direita) www.toplevelschool.com.br, de São José dos Pinhais.

Conversamos com elas sobre a herança da cultura japonesa no Brasil e histórias familiares dos imigrantes. Tivemos ainda, depoimentos gravados com Fernando Massaru Kojima (do Restaurante Kojima), Carla Nakashima (Café Kassai), com o estudante de engenharia, Miguel Magnere, e com a Marcia Satomi Cardoso Bonfim.

Cada um deles comentou sobre como a cultura japonesa influencia sua vida: para o Sr. Kojima, a valorização da educação, o incentivo aos estudos é o maior legado; para Carla Nakashima, a disciplina e a família são heranças importantes; para o Miguel, são três as influências marcantes - a cultura pop japonesa (mangá, anime), o seu jeito reservado de ser e a expectativa externa pela excelência que sofre por ter "cara de japonês" ser estudante de engenharia é mais difícil ainda com cara de japonês; e a Marcia Bonfim, que tem uma família multicultural por ser casada com afrodescendente contou que preserva a alimentação e os temperos japoneses em seu lar.

Descobrimos que Lisete Tsuzaki foi tradutora e trabalhou na produção do programa Imagens do Japão, na década de 80. Foi o programa mais importante da colônia japonesa na televisão. Contou para nós algumas histórias dessa época.

Marília Kubota trouxe o livro "Retratos Japoneses no Brasil - Literatura Mestiça", organizado por ela, de vários autores, que será lançado em São Paulo, na Casa Rosa, no dia 25 de junho de 2010. (www.micropolis.blogspot.com). Leu para nós alguns trechos divertidos e outros poéticos do livro.

Postamos aqui o conto A Pequena Leitora do Reader´s, de sua autoria que ela leu para nós no programa:

A PEQUENA LEITORA DO READER´S
Marilia Kubota

Noite clara de verão. Noriko e os irmãos caçam luzinhas verdes. Entre risadas e correria cantam: Vagalume tem-tem / Vem cá, vem cá/ Que eu te dou vintém! Noriko fecha a mão e a luz pisca entre os dedos. Depois de rachar lenha o dia todo, grandes poderes: sair à noite , correr, pular, gritar. Neeeeeetchan*, chamam os irmãos, vem, tem tem-tem! Netchan, a irmã mais velha, salta como cabrito no mato, o suor escorrendo da testa. Um e mais um e outro: um punhado de vagalumes dentro da garrafa. Idéia brilhante. Netchan, papai não proibiu você ler de noite?

Não pode, não pode ler de noite. Lampião perigoso, você esquece de apagar, papai alertou. Noriko não desiste, titio trouxe uma revista nova do Reader’s Digest. A luz verde pisca debaixo do cobertor. Papai não vê.

Todas as manhãs a família de Noriko acorda às quatro horas. O pai, Noburu, não gosta que a menina perca tempo com leituras. Pra quê?, censura, Mulher não precisa. Tanto trabalho na roça. Setsuko, a mãe de Noriko gosta de ler. Conheceu bibliotecas no Japão. Leu- Vitor Hugo em japonês. Pra quê?, pergunta o pai, botando dentro do forno a lenha que vira carvão. Naquele boqueirão da linha sorocabana Setsuko recebia pelo correio revistas do Japão. Puericultura, medicina natural, aprendia nas revistas o que era ensinado às mães japonesas na Terra do Imperador.

Noburu lamentava ao vê-la ler. Tanto trabalho em casa! Quando casou, Setsuko não sabia cuidar de casa e criança. Dizia que a família descendia de samurai. Setsuko aprendeu a cozinhar, lavar roupa e costurar no Brasil. Pra que ler? Setsuko escrevia diário, fazia haicai. Atrasava o serviço de casa e da roça, esquecia de cerzir os buracos das meias. Mulher burra!

Setsuko lia menos para não levar pancada do marido. Mas continuava lendo a Bíblia – convertera-se à Igreja Protestante, no Japão. Escrevia poucas notas no diário e haicais.

Noriko herdou o gosto da leitura. Delícia a revista do Reader’s Digest. O tio, que morava na vila, recebia a revista todos os meses. E trazia as edições atrasadas. Noriko lia e contava histórias aos irmãos. Nas montanhas mais altas do mundo vive um monstro pré-histórico chamado Pé-Grande. Aventureiros e pesquisadores tentam caçá-lo. Feio? Muito feio, peludo, assusta as aldeias geladas do Himalaia.

Escondida do pai Noriko lê todas as noites. Apaga o lampião! Debaixo do cobertor, como um ratinho roendo resto de comida jogada fora, ela lê. Apaga o lampião! Histórias tão bonitas, um pouco todas as noites. Não faz mal.

Uma noite Noriko esquece de apagar o lampião. Sonha com o monstro do Himalaia, horrível, avança sobre a aldeia, os camponeses fogem, a neve respinga no rosto e começa a arder como fogo. Fogo!, grita Noburu, apavorado com as chamas sobre Noriko. Joga rápido o cobertor em chamas longe dela.
Não apagou o lampião! , ele reclama, depois do susto. E descobre a revista do Reader’s chamuscada. Os irmãos caçoam, dizem que tanto lidar com carvão, Noriko quis virar tição.

Papai proibiu Noriko de ler. Ela não desistiu. Depois de rachar lenha o dia todo, vai caçar estrela verde. Tem-tem! Pisca o coração nas noites quentes, buscando nas luzinhas combustível mais ardente que o que queima no forno de papai.

Netchan: em japonês, expressão familiar para designar irmã mais velha, onessam.

16 de junho - entrevista com o deputado Setim

No programa anterior, solicitamos no ar, uma entrevista com o deputado federal Luiz Carlos Setim, sobre a palestra que ele proferiu a um grupo político de São José dos Pinhais, sobre IDH e Desenvolvimento.

Durante a semana marcamos a entrevista que teve que ser gravada e aproveitamos a oportunidade para conversar também sobre sua atuação como o primeiro deputado federal eleito de São José dos Pinhais. Setim, como é conhecido, foi prefeito municipal de São José dos Pinhais por duas gestões, de 1997 a 2004, transformando a cidade em referência nacional, a terceira arrecadação do Estado do Paraná e um salto qualitativo nas áreas de educação,saúde, moradia e planejamento urbano. Como parlamentar, é membro titular da Comissão de Agricultura, Pecuária,Abastecimento e Desenvolvimento Rural e membro suplente da Comissão de Educação.

Aproveitamos para conversar sobre Saúde, Educação e Ficha Limpa, lembrando das realizações como prefeito e fazendo um paralelo com sua atuação parlamentar.

Agradecemos o deputado Setim pela maneira gentil que nos recebeu (como em todas as vezes) e seu pronto atendimento a um pedido de entrevista, sabendo que ele tem uma rotina muito agitada.

9 de junho - entrevista com a pianista Semitha Cevallos

Depois de seis anos morando em Poznan, Polonia, onde foi fazer uma especialização em piano, Semitha está de volta a São José dos Pinhais. Atualmente realiza seu mestrado em Musicologia na UFPR.

Simpática e descontraída, foi umam conversa bem humorada sobre suas experiências na Polônia, o aprendizado da língua e da cultura, os "causos", as dificuldades e superações.

Semitha é pianista premiada em seis concursos nacionais e um internacional de piano, graduada pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, recebeu, em 2003, uma bolsa de estudos do Comitê de Geminações de S. J. dos Pinhais para dar continuação à sua formação musical, em Poznan, Polônia.

Dentre as atividades de promoção da cultura brasileira e de representação de São José dos Pinhais realizadas por ela naquele país, podemos destacar: entrevista dada a TVN (Rede de Televisão Nacional), entrevistas de rádio, programa de rádio semanal na Rádio Merkury, encontro na Universidade Adam Mickiewicz sobre a Língua Portuguesa, contato com os 9 grupos de capoeira de Poznan, aulas de português para estrangeiros.

Em 2006, Semitha finaliza seus estudos na Polônia sendo mestre em Performance, Música de Câmara e Administração Cultural. Nesse mesmo ano inicia suas atividades como produtora cinematográfica na empresa TBA Film Production, filmando em países como Polônia, Alemanha e Itália.

2 de junho - Debate sobre Leitura

(na foto: Marina, Lauro Telles (sonoplasta), Lucimeri Nogueira e Prof. João Felipe)

Aproveitando que o Instituto MMAIS iniciou, neste mês de junho, as rodas de leitura junto aos grupos da maturidade, o programa Momentos MMAIS fez um debate sobre Leitura, com os convidados: Lucimeri Pauletto Nogueira, bibliotecária da Biblioteca Municipal Schaffemberg de Quadros e João Felipe, Professor de Literatura do Colégio Top Gun.

O nosso conceitos de leitura, emprestamos da prof. Eliana Yunes, da PUC-RJ, coordenadora da Cátedra de Leitura da Unesco: para ela, a leitura não é só o exercício de decodificar o código escrito - muitos grandes leitores de vida são analfabetos.
Por isso, a nossa proposta vai além da leitura do texto, é a leitura de vida que os participantes fazem do que foi lido: do tema, das lembranças que trazem as imagens que se formaram a partir da leitur; podemos ler um filme, um livro, jornais de cada dia. Aaventura da leitura é uma discussão sobre o mundo, sobre a vida.

Lucimeri contou que diminuiu a frequência de leitores na bilbioteca municipal - uma das causas pode ser a descentralização da biblioteca em vários bairros da cidadde e a outra, a maior utilização da internet para pesquisa. E falando em internet, o professor João Felipe trouxe dados interessantes do uso dessa ferramenta em sala de aula para estimular a leitura, além de contribuir de maneira muito produtiva com o debate sobre leitura que houve no programa.

Lucimeri informou que a biblioteca municipal tem ações de incentivo à leitura, como a Hora do Conto e o Círculo da Leitura e anunciou a realização da Feira Municipal do Livro - Femuli, em novembro.

Agradecemos à Lucimeri e ao prof. João Felipe pela participação em nosso programa e ao Colégio Top Gun por ter cedido um horário do professor para conversar conosco.

(foto: José Carlos Goulart, diretor da Rádio Comunitária, Lucimeri e Prof. João Felipe)