9 de dez. de 2009

A história por trás das obras primas - Messias de Handel

Pegando o gancho do assunto do programa: dinheiro, dívidas, trouxemos a seguinte história sobre a oratória mais famosa de Handel.

Em 1741, doente e desprestigiado, o compositor George Frideric Handel aceitou o convite para ajudar a levantar dinheiro para três instituições de caridade de Dublin, Irlanda, através de apresentações musicais. Em 22 de agosto, com 56 anos, isolou-se na sua casa em Londres e em apenas 23 dias completou as 260 páginas do oratório.

A obra é uma narração da vida de Jesus Cristo, por isso Handel chamou seu oratório de Messias, tornando-se a sua mais famosa criação e uma das mais populares obras corais da literatura ocidental. Sem dúvida, esta brilhante obra prima tem emocionado e inspirado ouvintes desde a época de Handel até os nossos dias.

Mas a obra de Handel tem feito mais do que simples prazer para os ouvidos. A primeira apresentação em Dublin, em 13 de abril de 1742, arrecadou cerca de R$1.200,00 e tirou da cadeia 142 homens que estavam presos por causa de dívidas. Nas apresentações que se seguiram, os organizadores dos concertos beneficentes solicitavam às damas para evitarem comparecer com a saia rodada para ter mais espaço na sala aos patrocinadores e arrecadar mais dinheiro em favor dos pobres.

Nos anos seguintes, Handel fez várias revisões do oratório e regeu muitos concertos do Messias em favor do London Foundling Hospital, pelas pessoas sem teto e pelas crianças abandonadas. Com justiça, um dos biógrafos do século 18 escreveu: “Esta grande obra tem sido ouvida em todas as partes do reino com grande reverência e deleite; tem alimentado os famintos, vestidos os nus, favorecido os órfãos.”

Esta história de fazer o bem aos necessitados continua a seguir o Messias de Handel. Ele tem sido cantado e encantado mais pessoas hoje do que em qualquer outra época. Mas não é somente a qualidade musical da obra que a faz uma obra prima. A sua mensagem nos inspira a levantar os joelhos caídos ou a carregar o fardo do outro, especialmente depois de ouvir o Aleluia, quando em nossos corações ressoam as imortais palavras: “paz na terra, boa vontade a todos os homens”, porque nós podemos fazer mais do que cantar ou ouvir, nós podemos colocar essas palavras em prática.

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